Ministério da Agricultura registra 2 princípios ativos inéditos e mais 27 genéricos usados na formulação de agrotóxicos

post img

O Ministério da Agricultura liberou mais 29 agrotóxicos para utilização industrial, ou seja, produtos que serão usados como matéria-prima na elaboração de pesticidas para os agricultores. A autorização foi publicada no Diário Oficial, na última terça-feira (22).

No total, o governo já liberou 259 agrotóxicos neste ano: 90 princípios ativos usados na fabricação de pesticidas e 169 produtos prontos, que vão para uso direto do agricultor. Estes últimos são chamados também de produtos formulados.

Dentre os 29 produtos autorizados na última semana, dois são inéditos, enquanto os outros 27 são genéricos, ou seja, utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país.

Um deles é o Ciclaniliprole, um inseticida usado para fabricar produtos que combatem lagartas nas lavouras de algodão, café, milho, soja e tomate. O Ibama o considera como um "Produto Muito Perigoso ao Meio Ambiente".

O outro princípio ativo inédito é o Oxatiapiprolim, fungicida usado para fabricar pesticidas usados em culturas como batata, alho, cebola, tomate, alface, entre outros. É considerado como "Produto Perigoso ao Meio Ambiente" pelo Ibama.

A Anvisa não faz mais classificação de princípios ativos usados pela indústria desde 2019, somente para produtos usados pelo agricultor.

Registros em 2021

Até agora, são 7 princípios ativos inéditos no ano: 2 pesticidas biológicos e 5 químicos.

Os outros 252 registros são de genéricos, sendo:
-128 ingredientes químicos de agrotóxicos que são vendidos aos agricultores;
-37 pesticidas biológicos vendidos aos agricultores;
-87 princípios ativos para a indústria formular agrotóxicos.

Agrotóxicos inéditos em 2021

Veja a relação dos agrotóxicos inéditos liberados neste ano:

Ciclaniliprole (uso da indústria; químico): inseticida usado para fabricar produtos que combatem lagartas nas lavouras de algodão, café, milho, soja e tomate;
Oxatiapiprolim (uso da indústria; químico): fungicida usado para fabricar pesticidas usados em culturas como batata, alho, cebola, tomate, alface;
Kamuy (uso dos agricultores; químico): à base de Fenpyrazamina, misturado com um outro ingrediente antigo. O agrotóxico serve para controlar o mofo branco, uma doença fungicida que ataca diversas culturas agrícolas
Halauxifen-metil (uso da indústria; químico): herbicida indicado para plantas daninhas de difícil controle;
Adengo (uso dos agricultores; químico): permitem o controle de plantas daninhas, tanto de folha estreita quanto de folha larga, na cultura do milho;
Rudder (uso dos agricultores, biológico): feito à base do Bacillus velezensis, que serve para controlar a fusariose, uma doença causada por um fungo chamado “Fasarium solani”. Esta doença provoca o apodrecimento das raízes das plantas e pode atingir diferentes culturas;
Bionema (uso dos agricultores, biológico): também é feito à base do Bacillus velezensis, com o mesmo intuito do Rudder.

Como funciona o registro

A permissão para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:
-Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
-Ibama, que analisa os perigos ambientais;
-Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.

Tipos de registros de agrotóxicos:

Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
Produto técnico equivalente: "cópias" de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
Produto formulado equivalente: produto final "genérico".

Método de divulgação

O governo alterou a forma de divulgação do registro de agrotóxicos em 2019. Até então, o ministério anunciava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do "Diário Oficial da União".

A sistema passou a levar em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.

Segundo o Ministério da Agricultura, a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) tem como objetivo "dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto".


fonte: www.g1.globo.com